Alda do Espírito Santo, escritora de São Tomé e Príncipe

Alda do Espírito Santo, escritora de São Tomé e Príncipe
Alda do Espírito Santo, de São Tomé e Príncipe

Amílcar Cabral, escritor de Guiné-Bissau

Amílcar Cabral, escritor de Guiné-Bissau
Amílcar Cabral, escritor de Guiné-Bissau

Pepetela, escritor de Angola

Pepetela, escritor de Angola
Pepetela, escritor de Angola

Mia Couto, escritor de Moçambique

Mia Couto, escritor de Moçambique
Mia Couto, escritor de Moçambique

Alda Lara, escritora de Angola

Alda Lara, escritora de Angola
Alda Lara, escritora de Angola

Armênio Vieira, escritor de Cabo Verde

Armênio Vieira, escritor de Cabo Verde
Armênio Vieira, escritor de Cabo Verde

Agostinho Neto, escritor de Angola

Agostinho Neto, escritor de Angola
Agostinho Neto, escritor de Angola

Agualusa, escritor de Angola

Agualusa, escritor de Angola
Agualusa, escritor de Angola

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A ESCOLA E A PRISÃO: MANIPULAÇÃO E ESTEREÓTIPOS

Dentro deste processo de surgimento das Literaturas Africanas de expressão portuguesa, dois ambientes apresentam grande expoência: a escola e a prisão.

Sob uma perspectiva mais historicista, há Patrick Chabal, que, quando se refere ao relacionamento do escritor africano com o enorme campo de influência que constitui a oralidade , propõe quatro fases abrangentes da literatura africana.

A primeira fase é a da assimilação. Os escritores africanos, quando lhes foi dada a oportunidade de produzir esteticamente, copiam e imitam os mestres, sobretudo europeus, o que converge com o pensamento de Manuel Ferreira, há pouco aludido.

A segunda fase é a da resistência. Nesta fase, o escritor africano assume a responsabilidade de construtor, arauto e defensor da cultura africana. É a fase do rompimento com os moldes europeus e consciencialização definitiva de que o homo africano é tão sapiens como o europeu. Esta fase coincide com a da negritude lusófona.

A terceira fase da literatura africana coincide com o tempo da afirmação do escritor africano como tal. Esta fase verifica-se depois da independência. O escritor procura, antes de mais nada, marcar o seu lugar na sociedade. Mais do que praticar "o exorcismo do imperialismo cultural", o escritor africano preocupa-se com "definir a sua posição nas sociedades pós-coloniais em que vive".

A quarta fase, que é a da atualidade, a fase da consolidação do trabalho que se fez, em termos literários, é a fase em que os escritores procuram traçar os novos rumos para o futuro da literatura dentro das coordenadas de cada país, ao mesmo tempo em que se esforçam por garantir, para essas literaturas nacionais, o lugar que lhes compete no cenário literário universal.

Escola e prisão são instrumentos de controle do colonizador sobre o colonizado. A escola deveria promover a dependência intelectual, mental, moral, ideológica, espiritual, estética e ética dos africanos, que só deveriam “aprender” o que favorecesse à metrópole. A prisão, em contrapartida daquele instrumento doutrinador, deveria ser elemento de coerção absoluta, amedrontando, com violência máxima, a qualquer um que pudesse esboçar uma atitude contrária àquela forma que o colonizador ditava como a adequada, o estereótipo a ser seguido.

No entanto, os dois instrumentos supra relacionados se tornam, pouco a pouco, centros de gradativa consciencialização negra. Na escola, tendo aprendido a cultura e a língua do colonizador, o colonizado pode conhecer-lhe a estrutura e, pois, miná-la. A prisão, por seu turno, deixa de ser um local de silêncio, apesar dos contundentes instrumentos e arsenais de coação, e passa a ser sítio de reflexões sociopolíticas e, pois, de reação, primeiro num nível mental, depois num nível pragmático, cuja práxis, repita-se, caminhou no sentido da libertação intelectual, mental, moral, ideológica, espiritual, estética e ética.

10 comentários:

  1. A escola se torna uma prisão quando se limita em determinadas regras e métodos.Só se aprende aquilo que é determinado,só fale quando for solicitado etc.O papel da escola é organizar,educar,traçar novos rumos,e oferecer liberdade de expressão, impondo limites quando necessário.
    Penso que a escola é uma prisão que reeduca e ressocializa o homem.Portanto, os educadores e gestores devem acolher os educandos e tratá-los de igual maneira independente de cor,raça, sexo ou etnia.Evitar o autoritarismo exagerado. Educar o sujeito sem aprisioná-lo, para que o mesmo não se tranforme em um dilinquente.
    Quanto a prisão, esta sim, deve agir com autoritarismo, poder e rigor para a conscientização do indivíduo e resgate de conduta. Ailce Oliveira.

    ResponderEliminar
  2. A escola era para funcionar como objeto de manipulação dos negros(uma prisão) mas, tudo deu errado e então os negros descobriram que estudando tinham a chance de conseguir ampliar conhecimento e lutar por uma realidade diferente. Assim estes foram se educando e se informando, fazendo uma nova história, construindo um novo momento literário. JOSIANE RIBEIRO XAVIER

    ResponderEliminar
  3. A forma como a escola conduz seus ensinamentos,os métodos utilizados, mais uma vez vêm à tona. A escola é lugar(um dos) de aprender, ensinar, compartilhar, respeitar. Também de dar a liberdade para que tanto negros como brancos, ricos como pobres exponham dentro do limite, seus pensamentos,opiniões, etc. No entanto, às vezes se torna um lugar de repressão onde não oferece oportunidade principalmente aos menos favorecidos de demonstrar o que são ou de se tornarem um ser que merece ser respeitado, tanto quanto o outro, um ser crítico. Essas questões merecem ter cuidados por parte da Escola.Sobre esta, caem parte da responsabilidade ou toda, e todos sabem disso.Por Flávia.

    ResponderEliminar
  4. As 4 fases mencionadas no texto nos ajudam a ter um visão de conjunto da literatura africana. Torna-se possível entender as dificuldades, os conflitos e o esforço do africano em resgatar sua identidade cultural. Lamentavelmente, a escola ensinava os africanos a serem alienados, os escritos tinham forma e ideologia europeia. Muitas vezes foram presos na tentativa de retratar o que tinham de mais peculiar, somando grandes momentos de ruptura com os códigos estabelecidos com o colonizador. Mas tudo isso contribui para que o negro encontrasse seu universo africano.

    ResponderEliminar
  5. Penso no verdadeiro sentido de ensinar sem que lhes tirem a liberdade de serem gente. A educação brasileira carece de espaços culturais dentro das edificaçães escolares,uma sociedade comprometida que incentive a educação inclusiva, educadores comprometidos em promover eventos culturais que enriqueçam a criatividade dos alunos,através da dança,música,culinária,espaços literários,artesanato,e outras atividades. A escola é o ambiente ideal para que haja esta inclusão,a afro e de outra culturas,pois o ser pensante será formado neste espaço favorável e com todas as condições do exercício a liberdade cultural.

    ResponderEliminar
  6. Sabemos que os negros foram completamente explorados pelo homem europeu e que eram marcados pela inferioridade. Na escola o ensino dos negros era manipulado, eles eram pressionados para aprenderem a cultura que favoreça o colonizador. Refletindo sobre tudo isso que o negro passou e lembrando que existe pessoas que não sabe o que é respeitar o próximo, podemos afirmar mais uma vez que a implantação desta lei que dá um impulso às Literaturas Africanas é de fundamental importância.

    ResponderEliminar
  7. A escola é um espaço de socilaização, onde os integrantes se relacionam com diferentes culturas, diferentes raças e portanto pode-se dizer que é o primeiro lugar que muitos alunos vivenciam as tensoes racias. O espaço institucional deve proporcionar discussões a respeito das diferenças presentes, favorecendo o reconhecimento e a valorização da contribuição africana, dando maior visibilidade aos seus conteúdos até então negados pela cultura dominante.

    ResponderEliminar
  8. Observa-se que no processo de formação das Literaturas Africanas passaram por quatro fases abrangentes, começando pela assimilação, resistência, independência, chegando até a atualidade. Mas para a construção dessas fases a Literatura Africana de expressão portuguesas tiveram a escola e a prisão como instrumentos de controle do colonizador sobre o colonizado. No entanto, percebe-se que os dois instrumentos foram de grande importância na construção da conscientização negra.

    ResponderEliminar
  9. Realmente a prisão negra, deixa de ser um local de silêncio e passa a ser sítio de reflexões sociopolíticas e, pois, de reação, primeiro num nível mental, depois num nível pragmático, cuja práxis, repita-se, caminhou no sentido da libertação intelectual, mental, moral, ideológica, espiritual, estética e ética. Todos os niveis sociais, ideologicos...passam a ser notavel.

    ResponderEliminar
  10. Escola e prisão a meu ponto de vista são dois paradigmas bem distintos, visto ser a escola um local de termos uma boa educação, de aprendermos valores que levaremos para o resto das nossas vidas, de estarmos e contato e conhecermos várias culturas distintas, de nos expressarmos com liberdade a respeito dos conteúdos ministrados; ao passo que prisão é um local de clausura, de pensamento e reflexão do indivíduo sobre sua determinada conduta que o levou até ali, bem como uma forma de ressocialização para uma inserção posterior do mesmo na sociedade. Na prisão tudo segue um "modelo", tem regras específicas, onde querendo ou não, o indivíduo deve observância e obediência as mesmas.
    Porém, ainda existem escolas hoje que ao invés de proporcionar aos seus educandos uma liberdade de expressão, acaba tolhendo-os do direito de se expressar, de se manifestar, de assumir seu posicionamento crítico a respeito de determinado fato ou acontecimento social, se igualando com esta atitude a uma prisão, que oprime e impede seus alunos de ter uma liberdade de se expressar.
    As escolas ao contrário das prisões, apesar de também terem regra, estas são apenas para orientação, funcionamento e convívio social; não podendo deixar nunca que estas sejam baseadas em “métodos pré-formados e fixados” que atrapalhem no desenvolvimento dos seus alunos.
    As escolas devem saber dosar estas regras e "métodos pré-formados e fixados" para que não façam do seus ambientes verdadeiras prisões para os seus educandos, mas sim um local de que os educandos tenham prazer e confiança em frequentar, na certeza de quão grande será a contribuição destas escolas para a sua formação social.

    ResponderEliminar